Trancoso espera receber “40.000 visitantes” ao longo da Feira da Castanha e Paladares de Outono

A Câmara Municipal de Trancoso, presidida por Amílcar Salvador, organiza a VII Feira Castanha e Paladares de Outono. A edição de 2019 arranca já este fim-de-semana (1,2 e 3 de novembro) e prolonga-se para o seguinte, de 9 e 10 de novembro. O certame dedicado à castanha e aos paladares de outono vai decorrer no Pavilhão Multiusos de Trancoso e terá Ruizinho de Penacova (a 2 de novembro) e Toy (a 9 de novembro) como cabeças-de-cartaz. Nesta entrevista, Amílcar Salvador, fala-nos do investimento do município no certame e o que nos reserva a edição deste ano.

Em Trancoso acontece uma das maiores festas dedicadas aos paladares de outono no Interior. O que representa para o concelho a realização deste certame?
Realizar um certame dedicado à castanha visa, naturalmente, divulgar e promover, procurando dar a merecida visibilidade a este importantíssimo produto endógeno de excelência, que é fonte de rendimento de inúmeras famílias do concelho, contribuindo fortemente para a economia do concelho e região. A castanha é um produto de excelência, riquíssimo em termos de sabor e em termos nutritivos; trata-se de um produto secular há muito implementado na terra fria da península ibérica, fazendo parte do património gastronómico e da memória coletiva do nosso povo.

Com que objetivo o município de Trancoso organiza este evento e qual o investimento na sua realização?
Este Executivo Municipal, desde a primeira hora, procurou sempre, na preparação de cada um dos inúmeros eventos anuais, aliar a qualidade a um enorme rigor financeiro, sempre valorizar a imagem deste centenário burgo, de enorme importância patrimonial, comercial e cultural, ao longo de centenas de anos.
O valor total do investimento da Câmara Municipal no evento ronda os 35.000,00 euros, valor que se justifica por uma produção anual na casa de 3.000 toneladas, gerando receitas entre os 5 e 6 milhões de euros, aproximadamente, a partir da venda direta.

 Aproximam-se dois fins-de-semana de muita animação. Ruizinho de Penacova (a 2 de novembro) e Toy (a 9 de novembro) são os cabeças-de-cartaz desta edição de 2019. Porquê um evento dividido em dois fins-de-semana?
Essencialmente devido à imprevisibilidade na apanha da castanha, cuja produção vai saindo da época habitual, podendo estender-se por várias semanas, fomos também sensíveis aos reptos dos produtores, ao considerarem que um fim-de-semana seria escasso para escoamento do produto. Para além dos motivos mencionados, temos a nossa Feira do Fumeiro, que é um bom exemplo de um evento comercial bem-sucedido, realizado em dois fins-de-semana.

O que nos reserva a edição deste ano?
Procuramos, de ano para ano, crescer enquanto evento, sempre de forma sustentável, tentado ir de encontro às expectativas quer dos produtores, quer dos milhares de visitantes que de há, pelo menos, 7 anos a esta parte, nesta altura do ano, se dirigem a Trancoso em busca da melhor castanha e dos vários produtos de qualidade que outono tem para oferecer numa feira já consolidada na região. Este ano, para além dos já habituais showcookings, das importantes conferências, da animação constante ao longo de todo o evento, com a presença de vários ranchos folclóricos, grupos de concertinas e cantares, contamos com o Ruizinho de Penacova no dia 2 e com o Toy no dia 9 de novembro.

 Esta é também uma forma de homenagear os produtores da região?
Naturalmente. Apostar num certame como este é apostar em dezenas de famílias dedicadas à cultura do castanheiro e produção de castanha.

A nível concelhio, quantos produtores de castanha existem?
O concelho de Trancoso conta com mais de 900 produtores, detentores de 1500 hectares de souto.

Quantas visitantes esperam no Pavilhão Multiusos?
Contamos com 40.000 visitantes ao longo do evento. Coincidindo o início da feira com um fim-de-semana prolongado, o dia 1 de novembro é, por norma, um dos feriados em que mais pessoas se dirigem a Trancoso, visitando familiares, fazendo cumprindo a tradição.