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Diretor: Paulo Menano

“Pretendemos umas jornadas abertas e enriquecedoras”, Luís Miguel Ginja


Fornos de Algodres recebeu a sétima edição das Jornadas da Misericórdia na passada sexta-feira, 11 de outubro. O evento, que reuniu as Santas Casas da Misericórdia de Viseu, Penalva do Castelo, Santar, Mangualde e Fornos de Algodres teve como tema central o envelhecimento no interior. Nesta entrevista, Luís Miguel Ginja, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Fornos, fazia-nos uma antevisão do evento, lembrando “que para a Misericórdia de Fornos de Algodres, é um orgulho e uma enorme responsabilidade acolher a realização destas jornadas”.

A vila de Fornos é, este ano, a anfitriã das habituais Jornadas da Santa Casa da Misericórdia da região. Unir em Fornos representantes das Misericórdias de Viseu, Penalva do Castelo, Santar e Mangualde é motivo de orgulho e reconhecimento desta instituição?
O concelho e a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Fornos de Algodres, recebem este ano as VII Jornadas das Misericórdias, numa Co-Organização das Misericórdias de Fornos de Algodres, Santar, Penalva do Castelo, Viseu e Mangualde.
Desde sempre que a participação nas mesmas ultrapassa as cinco misericórdias co- organizadoras, sendo uma referência também fora da sua área geográfica. Claro que para a Misericórdia de Fornos de Algodres, é um orgulho e uma enorme responsabilidade acolher este ano a realização destas jornadas, também fruto da colaboração e amizade que hoje une os responsáveis e colaboradores das misericórdias co-organizadoras. As relações entre as misericórdias co-organizadoras têm vindo a ser fortalecidas, também fruto da realização destas jornadas.

O que representa para si, enquanto Provedor, e para a Santa Casa da Misericórdia de Fornos de Algodres, a co-organização de um evento desta dimensão?
A Misericórdia de Fornos de Algodres, embora pertencendo à Diocese de Viseu, pertence também ao Secretariado da União das Misericórdias Portuguesas da Guarda, e entendemos desde a primeira hora que esta dupla presença, pode resultar também numa aproximação das misericórdias dos dois distritos.
A preparação destas VII Jornadas começou em Novembro de 2018, aquando da realização das VI Jornadas em Viseu, apresentámos aí o tema das Jornadas de 2019, “Envelhecer no Interior, novos desafios”, tema sobre o qual trabalhámos durante um ano e cujo programa final e perletores entendemos sejam do agrado dos participantes. Estas são seguramente as Jornadas com mais participações alguma vez realizadas na vila de Fornos de Algodres, o que só é possível com o envolvimento das misericórdias organizadoras e de todas as entidades e parceiros que colaboram com o seu apoio. A presença de D. António Luciano Bispo de Viseu na sessão de abertura e de D. Manuel Felício Bispo da Guarda na sessão de encerramento são também uma evidência do interesse e dimensão destas VII Jornadas.

Com que objectivos organiza, a Santa Casa da Misericórdia de Fornos de Algodres, estas Jornadas?
No sentido de promover uma aproximação da temática do envelhecimento e fomentar a tomada de consciência sobre os desafios que actualmente a sociedade mais envelhecida enfrenta, a Santa Casa da Misericórdia de Fornos de Algodres promove uma discussão em torno das respostas ao envelhecimento no interior, do papel da família e dos modelos vigentes nas instituições de apoio bem como dos desafios para o futuro.
A Organização e efetivação destas jornadas além do objectivo principal de “munir” os participantes de mais conhecimento e novas formas de agir e interagir, também tem como objectivo fortalecer a relação entre os colaboradores e dirigentes não só das misericórdias mas de todos os participantes, são umas jornadas abertas a todas as instituições e a todos, temos como ambição a participação de mais de 150 interessados nas temáticas que trabalhámos, que vão desde “ a visão multidisciplinar de como cuidar dos novos velhos” até ao “ papel das instituições nas respostas aos desafios demográficos”, entre outras.

“Envelhecer no Interior. Novos desafios” é o tema central destas sétimas Jornadas das Misericórdias. Porquê a escolha desta temática? Entendemos desde o início que a interioridade é uma realidade e que este fato tem de ser cada vez mais contrariado, estamos a caminhar a passos muito rápidos para o aumento cada vez maior da chamada população “ novos velhos” e que é nestes que também temos de pensar num futuro muito próximo. Que qualidade de vida vamos ter daqui a uns anos, o que podemos fazer para melhorar esta qualidade de vida, como será viver no interior num futuro cada vez mais próximo, como combater os desafios demográficos.

O que podemos esperar ao nível de debate e quem serão os oradores?
Com já referi o programa está fechado, salvo alguma contingência de última hora, os perletores convidados são na nossa opinião de grande qualidade pessoal, humana e profissional, tentámos convidar personalidades com forte trabalho nas temáticas que pretendemos debater mas também personalidades que através da sua visão e da forma como agem nas suas instituições nos possam transmitir através do seu conhecimento uma visão e uma realidade diferente sobre as temáticas que serão trabalhadas nas jornadas. Certo é que pretendemos umas jornadas abertas e enriquecedoras. Desde o trabalho em saúde, à gestão, passando pelos cuidados continuados, estas  jornadas serão certamente enriquecedoras. Muito se faz de bom neste nosso Portugal e conhecendo realidades diferentes e colocar as mesmas ao serviço de outros é também dar mais qualidade de vida.

Integrada nestas jornadas serão realizadas algumas visitas a locais emblemáticos do concelho. Onde serão feitas essas visitas e com que intuito? É também uma forma de promover alguns pontos de atração em termos turísticos?Claro que as Jornadas além da parte dita técnica, tem sempre a componente lúdica, cultural e de convívio menos formal, promover o nosso património e os nossos produtos endógenos são também objectivos das jornadas, temos a colaboração da Confraria da Urtiga, que é uma embaixadora dos nossos produtos e que dará a possibilidade aos participantes de provar e degustar algumas iguarias deste concelho, o que será certamente um bilhete postal para visitas futuras, visitaremos a Igreja da Misericórdia e faremos uma degustação de outro dos nossos embaixadores que é o Queijo Serra da Estrela. Fornos de Algodres, somos todos nós! Gostamos de receber bem e de promover o que de melhor temos.

Haverá também um jantar conferência. O que será debatido durante o “repasto”? Durante o ”repasto” como lhe chama, convidámos para orador principal, uma personalidade sobejamente conhecida pelos diversos cargos públicos ocupados e pelas suas publicações, hoje ligado à vida académica o Drº. António José Martins Seguro, transmitir-nos-á a sua visão sobre como será envelhecer no futuro e quais as suas consequências e os novos desafios, cada um dos provedores co-organizadores dará também a sua visão sobre esta realidade que é cada vez mais próxima.
O convite para orador convidado foi prontamente aceite e no seguimento das Jornadas anteriores é para a organização um privilégio contar com esta participação.
Não posso deixar de evidenciar o apoio de toda a equipa da Santa Casa da Misericórdia de Fornos de Algodres e de todas as Misericórdias co-organizadoras, de todas as instituições e de todos os fornenses que com os seus meio nos ajudam nesta organização, um agradecimento a todos os intervenientes e patrocinadores e uma palavra de sincero apreço às entidades oficiais pelo apoio no engrandecimento destas VII Jornadas das Misericórdias. Todos somos um só!

A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Fornos de Algodres (ISCMA) reuniu no passado dia 16 de Setembro em Assembleia Geral para analisar e aprovar a junção de todos os empréstimos do qual a instituição é titular, num só. O que motivou esta junção? Foi aceite por unanimidade?
Desde o início do nosso primeiro mandato, verificámos que a sustentabilidade da instituição Santa Casa só se efectivaria se as valências da mesma aumentassem em número de quartos. O quadro de pessoal é suficiente mas, era urgente proceder-se á ampliação da estrutura física na ERPI e da UCC, elaboramos assim projecto de ampliação o qual contempla o aumento de oito camas na estrutura residencial para idosos, quatro camas na unidade de cuidados continuados, arranjos exteriores, sala polivalente para futuramente aí implementar um mini-centro de reabilitação, entre outras intervenções.
Encetámos trabalho com várias instituições bancárias de forma a garantir financiamento para estas obras, depois de um longo processo burocrático e financeiro, devido a várias contingências, uma entidade bancária da área social, depois de documental e presencialmente ter avaliado a instituição aprovou o financiamento para execução das obras necessárias, este financiamento resulta e abrange também a junção de todos os créditos em execução e devidamente autorizados em Assembleias Gerais na instituição, resultando apenas num único empréstimo e prestação no presente.
Pretendemos lançar concurso público para empreitada ainda na primeira quinzena de outubro.
A Assembleia Geral entendeu, por unanimidade, munir a mesa administrativa desta ferramenta para garantir a sustentabilidade da instituição Santa Casa.

 

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