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População da Malcata recorreu à abstenção para demonstrar o descontentamento com o funcionamento da barragem


Na freguesia de Malcata, concelho do Sabugal, apenas votaram 13 dos 405 inscritos. Através desta elevada taxa de abstenção, a população pretendeu demonstrar o descontentamento com o funcionamento da barragem local. João Vítor, presidente da Junta de Freguesia, não votou.

Apenas 13 dos 405 eleitores inscritos votaram este domingo para as legislativas nacionais na freguesia de Malcata, no concelho do Sabugal.
Segundo o presidente da Junta de Freguesia de Malcata, João Vítor, apenas exerceram o direito de voto 13 eleitores, tendo sido registados oito votos no PS, três no PSD, um no PAN e um voto em branco. Segundo João Vítor, o facto de nas eleições deste domingo apenas terem votado 13 dos 405 eleitores da freguesia “acaba por ser um resultado que transmite bem o descontentamento da população da Malcata face ao atual estado da gestão da água” da barragem.
“Eu não votei”, disse o autarca, solidário com os habitantes da aldeia na reivindicação de medidas relacionadas com a barragem do Sabugal, que abastece o regadio da Cova da Beira.
Recorde-se que no final de setembro, habitantes e autarcas do Sabugal decidiram enviar uma exposição ao próximo Governo, a pedir a “regulação independente” de transvases de água e a “redefinição de níveis mínimos” na albufeira da barragem. Na exposição, que foi aprovada numa “audição pública”, promovida pela Associação Malcata com Futuro (AMCF), pela União de Freguesias de Sabugal e Aldeia de Santo António e pelas Juntas de Freguesia de Malcata, Quadrazais, Foios e Vale de Espinho, lê-se que as freguesias “mais diretamente afetadas pela sangria do rio Côa têm toda a legitimidade para exigir” a “regulação independente sobre transvases e sobre a utilização da água” no regadio da Cova da Beira, que é assegurado pela barragem que foi inaugurada no ano 2000. É também exigida a “redefinição de níveis mínimos” que garantam a concretização do Plano de Ordenamento da Albufeira e a elaboração de um Plano de Recuperação, de Valorização e de Gestão Otimizada dos Recursos Hídricos.
Os subscritores pedem ainda que seja efetuado um Estudo de Impacto Ambiental que “esteja disponível antes da emergência de outros projetos de irrigação na Cova da Beira e na Gardunha”. Autarca local e habitantes reclamam também construção de açudes, a limpeza de linhas de água e a recuperação das represas.

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