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Presidente da Câmara da Guarda espera que Justiça “cumpra o seu papel”


O social-democrata Carlos Chaves Monteiro disse esta segunda-feira esperar que a Justiça “cumpra o seu papel” nos processos judiciais que envolvem eleitos do PSD e funcionários, enquanto o PS considera que o nome da autarquia fica “manchado”.

O assunto foi abordado esta segunda-feira, 24 de junho, no período antes da ordem do dia da reunião quinzenal do executivo municipal pelo vereador do PS Pedro Fonseca, que pediu esclarecimentos ao presidente da câmara, Carlos Chaves Monteiro, por considerar que a oposição “não tem de receber informação pela comunicação social”.
“Infelizmente, a câmara municipal está envolvida em dois processos judiciais. O senhor presidente deveria ter informado a câmara das matérias que estão em apreço”, disse o socialista.
Pedro Fonseca referia-se ao facto de o social-democrata Álvaro Amaro, que renunciou ao mandato autárquico na Guarda para assumir o cargo de deputado no Parlamento Europeu na sequência das eleições de 26 de maio, ter sido constituído arguido no âmbito da operação “Rota Final”. No passado dia 12, a Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas a 18 câmaras municipais do Norte e Centro do país, sendo a operadora de transportes públicos Transdev também uma das visadas. A operação “Rota Final” investiga um alegado esquema fraudulento de viciação de procedimentos de contratação pública. A estação televisiva SIC também noticiou que o eurodeputado Álvaro Amaro e ex-presidente da Câmara da Guarda, o atual presidente, Carlos Chaves Monteiro, o vereador da Cultura, Victor Amaral, e duas técnicas superiores do município “vão responder por fraude na obtenção do subsídio que financiou a festa de Carnaval em 2014”.
Na reunião do executivo camarário, após o PS ter abordado o assunto, Carlos Chaves Monteiro deu algumas explicações, embora tenha advertido que “há segredo de justiça” sobre os casos. Segundo o autarca, no caso “Rota Final”, o município da Guarda foi inspecionado por uma equipa de seis elementos da PJ, que estiveram nos Paços do Concelho e pediram “um conjunto de documentos, onde estão processos relacionados com os transportes urbanos”. “Sabe mais a comunicação social [sobre o tema] do que nós”, rematou Carlos Chaves Monteiro.
Sobre o outro processo, que envolve três eleitos e duas funcionárias, disse que “há uma intenção de abrir a instrução” e os arguidos, onde se inclui, irão “usar das prerrogativas legais” ao seu alcance “para provar a inocência”.
“Temos de manter-nos serenos e [esperar] que a Justiça cumpra o seu papel. A nossa consciência está tranquila, nós defendemos o interesse público. Temos de nos manter serenos e acreditar que as instituições funcionam e que a inocência se demonstrará no final do processo”, declarou Carlos Chaves Monteiro.
Depois de ouvir as explicações do presidente da câmara, o vereador socialista Pedro Fonseca disse esperar que os dois processos judiciais “decorram dentro da normalidade”. No entanto, assumiu que, independentemente do desfecho, o nome do município “sai sempre manchado”.
Na reunião do executivo, Carlos Chaves Monteiro deu a conhecer que Álvaro Amaro renunciou ao mandato de presidente da câmara municipal, após ter apresentado, em abril, a suspensão do cargo, por ser candidato a eurodeputado pelo PSD.

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