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Câmara de Seia não compreende razões para saída de meios aéreos


O Município de Seia diz não compreender a motivação nem a forma como foi tomada a decisão da deslocalização dos aviões pesados estacionados no aeródromo local e lamenta a “desconsideração institucional” da Proteção Civil e do Governo.

Na sequência da deslocalização dos dois meios aéreos pesados de combate a incêndios florestais sediados em Seia para Castelo Branco, a Câmara de Seia refere, em comunicado, que não compreende “a motivação nem a forma como é tomada uma decisão de deslocalização dos aviões anfíbios pesados da base em que se encontram, detida pelo município de Seia”. A autarquia, presidida por Carlos Filipe Camelo, é “a única entidade que tem suportado ao longo de mais de duas décadas os custos desta operação, sem qualquer tipo de apoio do Governo e das entidades envolvidas relativamente ao uso daquelas instalações”, esclarece.
O município também lamenta “a ausência de qualquer informação oficial”, até ontem (terça-feira, dia em que os meios aéreos foram retirados). “No dia em que os aviões se retiram, o município foi confrontado, e pela primeira vez, através de comunicação remetida pelo gabinete do secretário de Estado da Proteção Civil, da saída dos referidos meios. Uma desconsideração institucional sem precedentes da ANEPC e do Governo, que consideramos absolutamente incompreensível e indesejável”, acrescenta a mesma nota de imprensa.
A Câmara de Seia contrapõe que as “inconformidades” em causa, “com particular destaque para o abatimento da pista, são, há muitos anos, conhecidas de todas as entidades que participam na operação, sendo que nunca condicionaram, por essas razões, a realização da mesma”. Segundo o comunicado, “embora o Governo manifeste disponibilidade para reverter esta situação logo que as condições de segurança da operação estejam garantidas, a câmara municipal não está disponível para assumir, de forma isolada, por via do orçamento municipal, os custos inerentes às melhorias que se revelem necessárias fazer, considerando que o Estado tem essa obrigação, pois o agravamento de alguns dos problemas enunciados decorrem exclusivamente do uso intensivo daquele equipamento, que há mais de 30 anos serve de base aos meios pesados de combate a incêndios, numa operação que é nacional”.
A autarquia de Seia salienta ainda que pediu uma reunião com caráter de urgência ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e que aguarda resposta.

Recorde-se que, alegadamente, “por razões de segurança, os dois aviões pesados anfíbios sediados no Centro de Meios Aéreos de Seia, no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais” foram reposicionados esta terça-feira no Centro de Meios Aéreos de Castelo Branco. A ANEPC justificou a deslocalização das aeronaves com um conjunto de situações reportadas pelo operador, nomeadamente o abatimento da pista, com claros reflexos na segurança de voo e no trabalho diário das equipas afetas aos meios aéreos.

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